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Esportes podem proteger a visão

No Brasil 20 milhões de pessoas têm mais de 60 anos. Desses, 59,7% sofrem de hipertensão arterial. Não por acaso, as doenças circulatórias respondem por 37% das mortes no país. É o que revela o levantamento do Ministério da Saúde, Vigitel 2016

(Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).

Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o estudo evidência a importância de adotar atividades físicas para manter a saúde. Ele ressalta que a boa circulação faz bem inclusive aos olhos. Não quer dizer que vale praticar qualquer tipo de exercício físico. Dependendo das doenças oculares existentes na família ou em cada pessoa, algumas atividades podem ser proibitivas.

As atividades elencadas pelo médico no combate às doenças oculares e as que devem ser evitadas são:

Ceratocone – A natação é a mais recomendada desde que praticada com óculos de proteção. Isso porque, a doença afina a parte central da córnea e está relacionada a processos alérgicos que geralmente pioram durante o outono e inverno, ou no contato com substâncias irritantes como cloro e ozônio.

Queiroz Neto destaca que a menor poluição no ambiente das piscinas diminui o risco das crises de rinoconjuntivite, inflamação das vias aéreas e olhos que contribuem com a evolução do ceratocone. Além disso, observa, nas piscinas a absorção de água pelas partículas suspensas no ar, faz com que aumentem de volume e não sejam inspiradas pelo atleta. Já as atividades ao ar livre, principalmente em ambientes muito poluídos que desencadeiam crises alérgicas devem ser evitadas por quem tem ceratocone, afirma.

Glaucoma – Atividades aeróbicas como correr, nadar, caminhar ou pedalar são as mais indicadas. Isso porque, estudos mostram que este tipo de exercício provoca uma queda na pressão interna do olho de até 45%. O médico explica que no glaucoma de ângulo aberto, tipo mais comum da doença, ocorre o aumento da pressão intraocular e dificuldade de escoamento do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Isso provoca a morte das células do nervo óptico e a lenta perda da visão da periferia para o centro, sem causar qualquer desconforto. Por isso, na maioria dos casos a doença só é descoberta quando já causou danos irreparáveis à visão. O tratamento é feito com uso constante de colírio.

O especialista diz que quem tem casos na família, descendentes de negros, portadores de diabetes e de alta miopia formam os principais grupos de risco. Por isso, a partir dos 40 anos, além de exame anual com um oftalmologista, estas pessoas devem praticar atividades aeróbicas.

“Os exercícios anaeróbicos como a musculação ou qualquer outra atividade que utilize a força para ganhar massa muscular, bem como, os esportes de impacto e posições da ioga em que a cabeça é mantida para baixo devem ser evitados pelos portadores de glaucoma e grupos de risco”, afirma. Isso porque podem provocar o aumento da pressão intraocular e o agravamento da doença.

Catarata e degeneração macular – Exercícios aeróbicos e esportes de impacto se forem praticados com lentes que tenham filtro ultravioleta (UV). Isso porque, a radiação é um dos fatores de risco para desenvolvimento dessas doenças.

Queiroz Neto explica que na catarata, maior causa de cegueira tratável do mundo, o cristalino, lente interna do olho que focaliza as imagens na retina, fica opaco em decorrência do envelhecimento. O único tratamento é a cirurgia em que a lente natural é trocada por outra feita em material biocompatível.

Na degeneração macular, maior causa de cegueira definitiva no mundo, os principais sintomas são: visão central embaçada, dificuldade para ler, escrever ou ver detalhes. Ocorre pela morte das células da parte central da retina, responsável pela visão de detalhes. Além de exercícios aeróbicos, o especialista afirma que alimentos ricos em antioxidantes podem barrar a evolução da doença.

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